A IMUNOSSUPRESSÃO EM UM CONTEXTO DE INFECÇÃO PELO SARS-COV-2
o desafio na condução de um caso de pênfigo vulgar
DOI:
https://doi.org/10.29184/1980-7813.rcfmc.388.vol.15.n2.2020Palavras-chave:
Pênfigo, Imunossupressão, Infecçôes por coronavirusResumo
Introdução: pênfigos são doenças bolhosas autoimunes, raras, de evolução crônica, potencialmente fatal. O tratamento deve ser feito com o uso de imunossupressores. A COVID-19 é uma síndrome infecciosa pulmonar causada pelo novo coronavírus 2019 e dentre os fatores de risco de mortalidade destaca-se a imunossupressão. Objetivo: evidenciar os desafios na conduta do pênfigo vulgar em um contexto de pandemia da COVID-19. Descrição do caso: uma paciente de 64 anos, sexo feminino, foi encaminhada ao Hospital Escola Álvaro Alvim em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, para investigação de lesões bolhosas distribuídas por todo o corpo com sinais de infecção secundária associada. Feito diagnóstico histopatológico de pênfigo vulgar e tratamento com corticoide e antibióticos sistêmicos. Durante internação hospitalar, a paciente foi infectada pelo SARS-CoV-2 evoluindo com gravidade, necessitando inclusive de suporte intensivo. Porém, apesar das medidas de tratamento, evoluiu a óbito. Discussão: no contexto de pandemia da COVID-19, o tratamento do pênfigo vulgar moderado-grave representa um desafio para os dermatologistas, já que o uso de drogas imunossupressoras é um fator de risco importante para a infecção e gravidade da doença causado por este vírus. Conclusão: apesar do uso de corticoides no tratamento de um caso de pênfigo vulgar moderado-grave ter sido realizado com cautela, a paciente evoluiu com quadro infeccioso pelo SARS-CoV-2 que culminou em óbito. Esse caso se torna relevante até que experiência suficiente esteja disponível para orientar a tomada de decisão terapêutica.